PERIGOS ON LINE!

A história que aqui será contada, foi real e ocorreu com uma colega muito próxima de todos os alunos do Montessori, leiam com atenção, passem para os pais e acompanhe até o final.
Os nomes dos personagens foram alterados por uma questão óbvia.

AS "INGÊNUAS" SALAS DE BATE PAPO

As conversas pela net normalmente são mais fluídas e por vezes diz-se o que não se pensa, pois é muito mais fácil fazê-lo para um computador que pessoalmente. Logo, como palavra puxa palavra, por vezes pode-se estar conversando sobre assuntos delicados com indivíduos da pior espécie.

Tempo de sobra, hormônios que se agigantam. E um computador cheio de promessas. Está lá tudo. O bom e o mau. Os pais ficam descansados, convencidos de que os perigos andam na rua. Esquecem-se de que já cabem no quarto - geralmente fechado - de um adolescente. Esta é a primeira geração que pode descobrir o mundo sem sair de casa - na aldeia global.

- 'Ok. Cm xamas?'
- 'Bob e vc?'
- 'Di'
- 'vc parece c mt legal '

Parece conversa inocente - entediante, até -, mas é o início mais banal de um abuso sexual do século XXI. A escolha começa nos perfis em sites sociais como o Orkut ou o MySpace e passa para a troca de mensagens instantâneas como o messenger (MSN). Logo vem o elogio que reforça a auto-estima, sempre em linguagem abreviada para entrar na onda juvenil. Depois, oferece-se compreensão sobre as dificuldades de relacionamento com os pais. E qual é o adolescente que as não tem? Seguem-se novos elogios e pedidos para se conhecerem melhor.
Introduzem-se palavras menos inocentes, como 'virgindade', 'sexo' ou 'pénis' para ver a reação. Continua o interesse. Trocam-se umas fotos (as deles geralmente falsas), elas percebem que o 'amigo' é um pouco mais velho, mas até ficam orgulhosas com a conquista. Além disso, já lá vão umas semanas e começam a gostar daquela companhia.
Não tarda muito e a webcam está ligada para trocar intimidades. À distância custa menos e pode ser uma forma de aprender alguma coisa para quando, finalmente, se tiver um namorado 'a sério'. Na altura em que o virtual começa a insistir num encontro real, é tarde demais para recuar. 'Se não vier encontrar comigo, ponho as tuas fotos nua na Internet!'
O jovem tinha, afinal, 52 anos. Era tudo falso. Tudo menos as ameaças. Foi assim com Diana. Foi assim com mais de duas dezenas de adolescentes mineiras, em 2008. 19 casos investigados pela Polícia Federal, 10 em BH, 8 em Contagem e um em Sete Lagoas.

Em flagrante
Diana é, de fato, legal. Mas precisa que lhe digam. Alta e esguia, cabelo longo, com corte moderno, disfarça mal a timidez. Não parece ter apenas 13 anos. Talvez a experiência de vida - forçada - do verão passado lhe tenha amadurecido as feições.
Olhando para trás, havia indícios de história por contar. Mas também podia ser o retrato de milhões de adolescentes. Porta do quarto sempre fechada, atrasos permanentes à hora da refeição para poder estar mais um bocadinho no computador, celular o tempo todo por perto enviar mensagens.

Naquela noite Diana chorava em seu quarto, a mãe, técnica comercial, de 39 anos, percebeu que não era só uma fase. Desculpou-se perante as visitas e fechou-se no quarto com a filha. 'Então, conta aí.' Ainda foi preciso ir buscar um copo de água para acalmar choro e soluços. Só faltava pôr cara de mãe paciente e compreensiva para o que pensava ser 'mais um drama de adolescente'.
Um amigo na Net. Nada de mais. Uma foto nua. Ainda não estava impressionada. Chantagem para um encontro de sexo... A filha começava a ficar aliviada e a mãe a afligir-se. 'Esse tipo é um canalha, mas não vai ter sorte nenhuma com a gente, conseguiu dizer.
Inquietude de mãe não tem horas. Embora fosse já de madrugada, alguns amigos ainda receberam telefonemas. Denunciar o caso à Polícia era o conselho inevitável. Na manhã seguinte, já tudo estava em andamento. Diana tinha instruções para esperar que o chantagista voltasse a contactá-la e combinar o temido encontro. Ia se fazer de isco para a Polícia apanhar o pedófilo em flagrante.

'Mãe! Ele está no messenger. O que faço?', grita Diana. “segure-o!' Era preciso dar tempo para ligar à Polícia. Ele repete a ameaça: 'Tem de ser hoje, senão já sabe. Os teus amigos e a sua escola inteira vão ver suas fotos e saber de tudo!' Ela concorda. Ele propõe encontro em local demasiado movimentado. Por indicação dos inspetores, ela inventa que não consegue chegar lá. Combina-se outro local, público, mas de maior visibilidade, em um Shopping de Contagem.

NÃO PERCA OS PRÓXIMOS CAPÍTULOS DESSA HISTÓRIA REAL.